sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Revista do Corinthians nº1 - 1933














Uma história corinthiana - por André Kfouri

Li essa história no blog do Andre Kfouri e se vc é Corinthiano vai entender e com certeza se emocionar.


O menino de 6 anos chegou em casa e perguntou:

- Pai, para que time eu torço?

O pai imediatamente detectou o problema. Não ligava muito para futebol, nunca tinha conversado com o filho sobre o assunto. Percebeu que o menino tinha chegado a uma idade em que é obrigatório ser torcedor. Decidiu que se esforçaria para reparar o erro.

Prometeu ao filho que o levaria a jogos de todos os clubes grandes de São Paulo, para que o garoto tivesse todas as oportunidades para escolher seu time do coração. Fez a devida lição de casa. Aprendeu os fatos, os nomes, os momentos e lugares importantes na História de cada clube.

A primeira visita foi ao Morumbi, numa tarde de jogo do São Paulo. Chegaram cedo, passaram no Memorial, viram os troféus da Copa Libertadores, da Copa Intercontinental.

- Filho, o São Paulo é o mais bem sucedido clube brasileiro no cenário internacional. Ganhou a Libertadores 3 vezes, foi a Tóquio duas vezes para conquistar a Copa Intercontinental, também tem um Mundial de Clubes da Fifa. Além disso, foi o primeiro clube da cidade a ter o seu Centro de Treinamento. E claro, é o dono desse estádio, o Morumbi, o maior de São Paulo.

O jogo foi ótimo, o São Paulo venceu, o menino ficou impressionado com o tamanho do Morumbi.

- E aí, quer comprar uma camisa? – perguntou o pai.

- Ainda faltam três times, né? Prefiro esperar.

A segunda visita foi ao Palestra Itália. Passearam pela sede do clube. Viram os bustos de Ademir da Guia, de Junqueira, de Waldemar Fiúme. Também conheceram a sala de troféus. Sentaram-se nas numeradas do estádio do Palmeiras.

- Filho, esse time é diferente dos outros, por causa da conexão com a origem dos torcedores. O Palmeiras tem uma ligação sanguínea com a Itália, se chamava Palestra Itália. Claro, ninguém precisa ser italiano para torcer pelo Palmeiras, mas é bonito ver essa relação familiar com o time. Os palmeirenses são apaixonados por essa camisa. Grandes craques passaram por aqui ao longo dos tempos. Tanto que o time tem o apelido de “Academia”. – contou o pai.

O Palmeiras ganhou, o menino vibrou. Gostou do ambiente no Palestra, da proximidade do gramado.

- Vamos comprar a camisa? – o pai perguntou.

- Mas ainda faltam dois times…

Próxima parada, Vila Belmiro. No carro, indo para Santos, o pai começou a falar sobre as glórias do time.

- Meu filho, esse time que você vai conhecer hoje é um patrimônio do futebol. É o time em que jogou o Pelé, o maior jogador da História. Teve o melhor time de todos os tempos, no começo da década de 60, quando não havia adversário neste planeta que pudesse vencê-lo. Você vai ver a quantidade de taças que eles têm.

Visitaram o Memorial das Conquistas e sua impressionante coleção de troféus. As fotos do timaço que conqusitou o mundo duas vezes, do Rei Pelé e de tantos e tantos jogadores lendários.

O Santos ganhou o jogo, o menino ficou empolgado. Na Vila, dá para ficar ainda mais perto do campo.

Na saída, a mesma pergunta.

- Vamos comprar a camisa?

- Calma pai, ainda tem um jogo para a gente ir, não tem?

E foram ao Pacaembu, num domingo à tarde. Não conseguiram sair cedo de casa, estavam um pouco atrasados. O pai foi falando sobre o Corinthians no carro.

- Filho, estamos indo ao Pacaembu, mas o Pacaembu não é o estádio do Corinthians. É da prefeitura, porque o Corinthians não possui um estádio próprio. Mas a torcida se sente muito bem lá. Outra coisa: o Corinthians é o único time de São Paulo que ainda não ganhou a Copa Libertadores. Mas tem um detalhe interessante: é a maior torcida de São Paulo, e a segunda maior do Brasil. É uma torcida tão apaixonada que é chamada de “Fiel”.

Por causa do atraso, pai e filho entraram no Pacaembu pelo portão principal, quase na hora em que o Corinthians subiu ao gramado. Sentaram-se nas numeradas, e logo tiveram de se levantar, porque o time foi para o campo.

De repente, o pai percebeu algo assustador. O menino estava chorando.

- O que aconteceu, meu filho?

- Não sei, pai.

- Por que você está chorando?

- Não sei…

- Quer ir embora?

- Não, quero ficar.

O jogo estava para começar quando o menino pegou o braço do pai.

- Pai, quero uma camisa.

- Como assim?

- Escolhi, pai.

- Mas o jogo ainda nem começou…

- Não importa.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Sou Corinthians - Negra Li e Rappin Hood



Videoclipe da música "Sou Corinthians", cantada por Negra Li e Rappin Hood e composta por ambos e BiD. Escrita especialmente para o filme "TODO PODEROSO: O FILME - 100 ANOS DE TIMÃO"
Sonzeira demais.. e eu adoro a Negra Li

Dica da Marlene Marta

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

12º jogador - Dulce

"Fim de Semana" é um dos programas realizados para o TCC de Marcelo Pellegrino, aluno de RTV da FAAP de 2005.
Consiste em um reality show adaptado ao cunho corporativo, tendo como personagens: alunos, funcionários e professores.

Neste episódio do programa Marcelo registrou o dia-a-dia da inspetora de alunos Dulce do Carmo Correa e sua paixão pelo Sport Clube Corinthians Paulista.

Primeiro longa-metragem de futebol do Brasil

Poucos carros circulam pelas ruas de São Paulo, namorados passeiam de barco pelas águas cristalinas do Tietê e apreciam as margens floridas. O estádio do Pacaembu, em uma vizinhança de raros prédios, recebe damas com belos vestidos e cavalheiros de terno, enquanto jogadores lendários do Corinthians posam para uma foto em frente à concha acústica.
O retrato dessa cidade bucólica da década de 50 e de um futebol ainda romântico, quase amador, corre o risco de virar pó, literalmente, em um depósito da Cinemateca Brasileira do Estado de São Paulo. Os negativos de “O Craque”, de 1953, o mais antigo longa-metragem nacional com o futebol como pano de fundo que não se perdeu com o tempo, estão em “estágio de deterioração muito avançada, provavelmente com partes irrecuperáveis”, segundo laudo expedido pela Cinemateca no final de 2007. Não há nenhuma cópia em bom estado, só trechos em VHS, assistidos pela Folha.
O material está com a publicitária Patrícia Civelli, 57, filha de Mário Civelli (1923-93), produtor de “O Craque” e de outros filmes dos anos 1950 e 1960. Desde a morte do pai, ela tenta restaurar sua obra. Com apoio da Petrobras, acaba de recuperar o documentário “O Gigante” (1969), censurado na ditadura militar. A cópia restaurada será exibida em abril no festival É Tudo Verdade. Ela busca patrocínio para “O Craque”, cuja restauração, calcula, levaria cerca de um ano e custaria R$ 1,8 milhão.
Corinthians x Uruguai
“O Craque” é protagonizado por Eva Wilma, Carlos Alberto (1925-2007) e Herval Rossano (1933-2007). Mostra um jogo real entre Corinthians e o Olímpia, do Paraguai, que na história é um temido time uruguaio. “O Corinthians encara nesta tarde, desportistas amigos, o Carrasco de Montevidéu, o campeão do Uruguai”, narra Blota Júnior (1920-1999). O time que aparece no filme foi um dos mais importantes da história alvinegra ao conquistar o título do Quarto Centenário de São Paulo (1954). Era formado por craques como o goleiro Gilmar e os atacantes Baltazar, Cláudio e Carbone. O longa acaba com a vitória corintiana de virada, uma revanche fictícia à amarga derrota da seleção brasileira na final da Copa de 50, no Maracanã.
O universo futebolístico, com cenas da partida, de treinos, vestiários e do Parque São Jorge, entre outras, serve como pano de fundo para o romance de Elisa (Eva Wilma) e Julinho “Joelho de Vidro” (Carlos Alberto), que tinha o apelido em razão de uma queda sofrida na infância. Rico industrial, o pai da mocinha não aceita o namoro da filha com um jogador em busca do sucesso e a pressiona a ficar noiva do jovem médico Mário (Herval Rossano).
Em um final feliz, Julinho, com o joelho recuperado, se consagra ao substituir Carbone, no papel dele mesmo, fazer o gol da vitória corintiana e beijar a mocinha. “Ele ficou com todos os meus gols”, lembra Carbone, hoje com 80 anos, que no filme teve de deixar a partida em uma maca, com crise de apendicite. Quase 60 anos após as filmagens, poucas testemunhas restam. Além de Carlos Alberto e Rossano, já morreram quase todos os jogadores do Corinthians, o diretor do filme, José Carlos Burle, o produtor Mário Civelli e dois dos roteiristas.
O terceiro é o jornalista Alberto Dines, 76, que guarda fotos das filmagens e originais do roteiro em amarelados papéis datilografados. “Lembro que chegamos a pensar em algo dramático, inspirado no cinema americano de beisebol e boxe, mas o Civelli queria uma comédia romântica comercial”, conta Dines, contratado aos 21 anos pelo produtor após fazer uma entrevista com ele para a revista “Visão”, na qual era repórter e crítico de cinema. Eva Wilma, que hoje interpreta a vilã da novela das seis da Globo, “Desejo Proibido”, lamenta a situação do filme, um dos três de seu primeiro ano no cinema. “É triste, angustiante. É não só um registro da história do cinema, como dos costumes e de São Paulo. Eu me lembro da cena em que conversava com o Carlos Alberto na margem do Tietê.”
Os negativos originais de “O Craque” foram entregues por Mário Civelli à Cinemateca em 1989, segundo Patricia de Filippi, diretora da instituição e coordenadora do laboratório de restauração. Ela afirma que um laudo de 1993 atestou que o material apresentava “evidentes sinais de deterioração”. “Os negativos devem ter sido armazenados em condições não ideais por 40 anos. Estamos em um país tropical, quente e úmido, exatamente o contrário do que exige a preservação”, diz. E a Cinemateca só passou a ter câmaras climatizadas em 2000. Hoje, segundo ela, as oito latas com negativos de imagens do filme e outras oito com negativos do som ficam a 10º e 35% de umidade relativa do ar. Apesar disso, a obra corre o risco de desaparecer.
Fonte: Folha de S. Paulo –

"Este filme tem cenas de vestiário, treinos e jogos reais. É um dos poucos registros de uma era de ouro do Corinthians", resume Celso Unzelte.

Doutor, eu não me engano, o Cascão é corinthiano!!!

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Festa do centenário

Fui convidado a escrever este post para o blog Criativo de Galochas. Abaixo o texto que escrevi pra ele.

Um século de amor

O Marcus me convidou para escrever este post sobre o centenário do Corinthians, o campeão dos campeões. Estou aqui quebrando a cabeça, pensando por onde eu começo. Vou começar pela festa do Anhangabaú para falar dos Corinthianos que estavam ali. O povão. Foi incrível ver as bandeiras tremulando e mais de 130 mil pessoas cantando o hino do Timão. Toda aquela gente comemorando, celebrando uma paixão e um sentimento muito nobre de fidelidade que até hoje não tem explicação. Porque em 100 anos de Corinthians, esse é o maior tesouro do clube. Nada se compara a essa torcida que lota estádios, invade cidades e se espalha pelo mundo. Dizem que agora o Corinthians terá um estádio. Besteira. O Corinthians joga em casa em qualquer lugar que for. A torcida, sempre em maior número que os adversários, chega antes e faz uma festa linda, muito admirada e muito invejada por todos.

Segundo o capitão da 2ª CIA do 7º Batalhão da Polícia Militar, Wilson Roberto Cobbo. “Nenhum registro histórico corresponde ao número de pessoas que têm hoje aqui no Vale do Anhangabaú. O máximo que tivemos, foi em um jogo do Brasil nesta última Copa do Mundo, 30 mil pessoas“

Mais uma vez a Fiel bateu um recorde de público. Mais uma cidade sitiada pela massa alvinegra. E isso começou em uma terça-feira a noite.

Salve o Corinthians, de tradições e glórias mil. Comemoramos com muito orgulho nesta madrugada de quarta-feira, dia 1º de setembro de 2010, a reunião de fundação do clube, que aconteceu 100 anos atrás no Bom Retiro sob a luz do lampião, a luta pelo profissionalismo, a invasão corinthiana no Rio de Janeiro, batendo o recorde de público do Maracanã, a fila de 23 anos sem título, a final do paulistão de 1977 (onde batemos o recorde de público do Morumbi tbm), a democracia corinthiana, a volta da serie B, a conquista do título mundial da FIFA, enfim comemoramos a maravilha que é ser corinthiano. Tu és orgulho dos esportistas do Brasil.

Essa foi apenas mais uma festa. A gente sempre celebra o Corinthians grande, sempre altaneiro, com o mesmo entusiasmo. Do mesmo jeito que comemoramos os elásticos do Rivellino, os toques de calcanhar do Sócrates, o gol de bicicleta do Ruço no Maraca, o gol do Basílio no Morumbi, o gol do Viola contra o Guarani, o gol do Tupãzinho contra a bicharada, as defesas do Dida nos penaltes do Raí, os dribles e embaixadinhas do Edilson, as jogadas de pura raça do Carlitos e muitos outros momentos maravilhosos que nos fizeram vibrar nas arquibancadas. É até meio esquisito pensar que somos alucinados por algo tão abstrato. É uma emoção intraduzível. O povão se inspira nesse time e traz para o dia-a-dia as grandes lições que esse clube nos ensina. A gente sabe que tem que lutar com raça pra conseguir a vencer na vida. A gente sabe que depois de lutar bravamente para alcançar o nosso objetivo a comemoração é muito mais gostosa. A gente sabe que tem que ter fé e acreditar. Esse time nos ensinou que a vida é dura e tem que ser guerreiro, ter paciência e principalmente coragem para superar qualquer revés com dignidade. O coração bate mais forte quando falamos de corinthians e sinceramente, os olhos já estão cheios de lagrimas só de lembrar desses lances. Teu passado é uma bandeira, teu presente uma lição, figuras entre os primeiros do nosso esporte bretão.

A melhor coisa que pode acontecer a uma pessoa é ela fazer parte de algo tão importante e ser responsável por grandes feitos e isso só quem é corinthiano sabe.

Nós, ali da geral, jogamos junto com Neco, Teleco, Amilcar, Idário, Sócrates, Casa Grande, Biro-biro, Wilson Mano, Basílio, Wladimir, Zé Maria, Claudio, Luizinho e Baltazar, Gilmar, Rivellino, Zenon, o goleirão Ronaldo, Viola, Tupãzinho, Neto, Marcelinho Carioca, Edilson, Vampeta, Gil, Dida, Liédson, Dinei, Carlitos Tevez, Nilmar, Dentinho e tantos outros que defenderam o time do lado de dentro no alambrado. Ah.. nós jogamos junto com RONALDO FENOMENO LUIS NAZÁRIO DE LIMA. Eternamente dentro dos nossos corações.

A gente ganha jogo e comemora, faz a festa como nenhuma outra torcida. A gente perde junto com o time e canta ainda mais para esquecer a derrota, para dar forças para o time erguer a cabeça e recomeçar, pensar no próximo adversário. A gente é Fiel. A gente é Corinthians, o clube mais brasileiro.

Resta a outra metade do país agora o mesmo sentimento de inveja. Deve ser difícil para o anticorintiano ver seu espaço ainda mais invadido no rádio, nos jornais, na TV, nas ruas, fogos de madrugada. Só resta a eles desdenhar, como sempre. Não conseguem ficar indiferentes ao Corinthians. E mesmo sem ter isso ou aquilo, talvez até "sem ter nada" como diz o trocadilho copiado do Flamengo, em 1995, o Sport Recife, em 2005, o Atlético Mineiro, em 2008, e o Coritiba, em 2009 a gente faz a diferença. A gente é torcida de verdade. Vou finalizar usando o espaço aqui no blog para agradecer de coração a todos que torcem contra o Corinthians. Vocês nos dão a exata dimensão da nossa importância. Vai Corinthians!